quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sobre o perdão

Pode parecer estranho, mas considero o perdão um dos sentimentos mais egoístas que podemos ter. Em geral, atribui-se a esse sentimento uma aura altruísta, de que, apesar do mal cometido a você - e como você se sente  superior àquele que te causou a dor - mesmo assim você o perdoa.

Quanto de vaidade existe nisso? Quanto de "não quero esse sentimento ruim" ferindo minhas emoções e tirando energia das verdadeiras coisas que me dão alegria e me fazem bem?

Em todo relacionamento, seja lá de que tipo, existe uma situação de causa/ efeito sempre implícita. Nunca pode-se dizer que o fato de alguém ter lhe magoado não foi provocado pelo menos por uma pequena faísca de motivo que você tenha dado. E se não nos damos conta, isso se transforma num imenso fogaréu, que vai queimando tudo. Dependendo do tamanho, queima até a raiz, e bem, depois disso, fica difícil brotar algo que viva novamente.

Devemos praticar o perdão, com sinceridade, para conosco antes de mais nada. Se queremos ser melhores e buscar paz e harmonia nessa vida, devemos nos perdoar por termos causado reações nas pessoas que muitas vezes elas não quiseram ter contra você, mas por uma questão de auto defesa, acabaram por criar situações de mágoa e dor para ambas as partes. Devemos pedir perdão a nós por ter gerado um karma negativo para aquela pessoa e para nós mesmos.

Fica muito fácil fazer algo ruim para alguém e depois usar palavras mágicas para resolver tudo: "desculpe-me", "perdoa-me", "foi mal" e por aí vai.

O caminho do auto conhecimento é duro mesmo, mas não dá para percorrê-lo sem esse tipo de indagação. Tudo é uma questão de mudança de paradigma, ou num exercício mais simples, aprender a se colocar no lugar do outro.

Vamos começar a rever as situações que perdoamos e fomos perdoados e tirar algumas lições para não cometermos faltas e situações futuras. É bem mais difícil, mas é uma caminho para viver em paz consigo e com todos.

Namaste

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